Santos Dumont / Minas Gerais - MG
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Gentilico: sandumonense
Aniversário: 27 de julho
Histórico
O Caminho Velho que partia da cidade de Parati (RJ) passava por São Paulo e seguia até a região das minas, era o trajeto que a Coroa Portuguesa utilizava para explorar e extrair metais preciosos da região das Minas Gerais. Com o aumento da exploração realizada na região e a intensificação do fluxo das tropas que transportavam os carregamentos de ouro e a longa distância percorrida por este trajeto, surgiu, então, através destes fatores, a necessidade de encurtar a distância percorrida entre as Minas Gerais até o litoral.
Para resolver tal infortúnio a Coroa portuguesa elaborou um projeto para criação do Caminho Novo. Quando em torno de 1700/1701 a abertura do Caminho Novo foi iniciada por Garcia Rodrigues Paes, partindo da região da Borda do Campo (atual cidade de Barbacena) atravessando a Serra da Mantiqueira na garganta de João Aires passando em João Gomes (Palmyra), Chapéu D’Uvas, indo até o litoral do Rio de Janeiro. Dessa forma, esta nova rota passaria a ser usada para escoar a produção aurífera com maior facilidade, rapidez e segurança.
Como forma de incentivar o povoamento em torno do Caminho Novo, a Coroa Portuguesa distribuiu sesmarias para nobres e súditos que prestavam serviços a ela. Assim, Domingos Gonçalves Ramos requereu em 26 de fevereiro de 1709 uma sesmaria na região. Como primeiro dono da terra, Domingos Gonçalves Ramos não tardou em ocupá-la, trazendo consigo sua família, escravos e seus dois genros, Pedro Alves de Oliveira e João Gonçalves Chaves.
Na divisão desta sesmaria Pedro Alves adquiriu a parte sul e João Gonçalves Chaves em 1715 empossa-se da sesmaria da parte norte, permanecendo na mesma até 1728. Vendendo-a à João Gomes Martins e sua esposa Clara Maria de Melo, os quais vieram a se tornarem personagens de suma importância para a história do município.
Desta forma, o nome de João Gomes marcou, portanto, a história do município, tendo sua sesmaria um papel fundamental na formação e ocupação da cidade, na qual ficaria conhecida inicialmente como Rocinha de João Gomes, passando a Fazenda de João Gomes, Distrito de João Gomes, João Gomes Velho, Palmyra e atualmente Santos Dumont.
João Gomes e sua esposa trouxeram de sua freguesia originária de Portugal uma imagem de São Miguel e Almas para sua fazenda, construindo entre 1729/1730 em sua propriedade uma Capela de adobe para abrigar a imagem do Santo. Em 1850 a imagem foi transferida para uma Igreja de duas torres. Com um impulso em seu crescimento o distrito de João Gomes foi elevado à categoria de Paróquia segundo a Lei nº 1458 de 31 de dezembro de 1867.
Além da importância verificada pelo traçado do Caminho Novo, outro meio de acesso ao interior mineiro que contribuiu com o desenvolvimento da cidade – entorno de 1870 – foi à construção do ramal da estrada de Ferro D.Pedro II, que passava na região. Por conseqüência desta construção, foi nessa época que o engenheiro Henrique Dumont, pai de Alberto Santos Dumont veio para a região com sua família para realizar a empreitada de construir este ramal, que iria ligar o trecho Mantiqueira a João Aires. Neste local Henrique Dumont 'escolheu uma casa de propriedade da própria Ferrovia, de estilo palafita, e nela acomodou sua família bem próximo do canteiro de obras da Ferrovia' (Castello Branco, 1988, p. 47).
Outro fator de fundamental importância para emancipação do município foi a criação do Clube Recreativo e Literário João Gomes que tinha como objetivo, pressionar as autoridades provinciais para a necessidade da autonomia administrativa do Arraial.
Fonte: SANTOS DUMONT (MG). Prefeitura. Disponível em: https://www.santosdumont.mg.gov.br/cidade-historico. Acesso em: 23 nov. 2023.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Palmira (ex-povoado de João Gomes), pela Lei Provincial n.° 1.458, de 31-12-1867, subordinado ao município de Barbacena.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Palmira, pela Lei Provincial n.º 3.712, de 27-07-1889, desmembrado de Barbacena. Sede na antiga povoação de João Gomes atual distrito de Palmira. Constituído do distrito sede. Instalado em 15-02-1890.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Palmira, pela Lei Estadual n.° 25 -04- 1890.
Pela Lei Provincial n.º 3.387, de 10-07-1886, confirmado pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Dores do Paraibuna e anexado ao município de Palmira.
Pela Lei Provincial n.º 3.442, de 28-09-1887, confirmado pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Conceição do Formoso e anexado ao município de Palmira.
Pelo Decreto Estadual n.º 340, de 21-01-1891, confirmado pala Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de São João da Serra e anexado ao município de Palmira.
Pela Lei Estadual n.º 556, de 30-08-1911, Palmira adquiriu do município de Pomba o distrito de Bonfim do Pomba.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 5 distritos: Palmira, Bonfim do Pomba, Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna e São João da Serra.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920, o município apare constituído de 5 distritos: Palmira, Bonfim (ex-Bonfim do Pomba), Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna e São João da Serra.
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, é criado o distrito de Eubanque (ex-povoado), com território desmembrado do distrito de Paula Lima pertencente ao município de Juiz de Fora, subordinado ao município de Palmira.
Pelo Decreto Estadual n.º 10.447, de 31-07-1932, o município de Palmira tomou a denominação de Santos Dumont.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 6 distritos: Santos Dumont (ex-Palmira), Bonfim (ex-Bonfim do Pomba), Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, Eubanque e São João da Serra.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 88, de 30-03-1938, o distrito de Bonfim tomou o nome de Bonfim do Santos Dumont.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17-12-1938, o distrito de Bonfim de Santos Dumont (ex-Bonfim) passou a denominar-se Belmonte.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 6 distritos: Santos Dumont, Belmonte (ex-Bonfim de Santos Dumont), Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, Eubanque e São João da Serra.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, o distrito de Belmonte tomou o nome de Aracitaba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 6 distritos: Santos Dumont, Aracitaba (ex-Belmonte), Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, Eubanque e São João da Serra.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela Lei Estadual n.º 2.764, de 30-12-1962, são desmembrados do município de Santos Dumont os distrito de Aracitaba e Ewbank (ex-Eubanque) elevando-os à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos: Santos Dumont, Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, e São João da Serra.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.
Pela Lei Estadual n.º 8.285, de 08-10-1982, é criado o distrito de Mantiqueira (ex-povoado) e anexado ao município de Santos Dumont.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 5 distritos: Santos Dumont, Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, Mantiqueira e São João da Serra.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2022.
Região Geográfica
Microregião: Juiz de Fora
Mesoregião: Zona da Mata
UF: Minas Gerais
Região: Sudeste